A onda de violência respinga em bairros vizinhos, como a Cohab Santa Marta, onde, segundo o presidente da Associação Comunitária, Vamberto da Silva Félix, crimes como assaltos a estabelecimentos comerciais e pedestres têm aumentado. Para ele, uma solução seria a reabertura do posto de policiamento militar que foi fechado há cerca de dois anos - e, entre outras áreas, atendia à Nova Santa Marta.
O major Paulo Antonio Flores de Oliveira, da BM, afirma que há cerca de um mês o policiamento na Nova Santa Marta foi reforçado. De dia foi implantada a patrulha montada e, à noite, ações conjuntas com o BOE.
- Foragidos têm sido reencaminhados ao presídio. O problema é o retrabalho. Em relação ao crime do homem decapitado, por exemplo, o autor tinha sido preso em agosto, por ter dado 46 facadas em uma pessoa. Será que ele deveria mesmo estar solto? - questiona o oficial.
Segundo o major, existe expectativa de abertura de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em Santa Maria em 2014, como deve ocorrer em cidades como Pelotas e Caxias do Sul, seguindo o modelo implantado no Rio de Janeiro sob o comando do santa-mariense José Mariano Beltrame.
Mas, por enquanto, não há nada formalizado e, de acordo com o militar, não há intenção de reabrir os postos de policiamento dos bairros:
- Seria manter parado em um posto policiais que podem garantir a segurança nas ruas.
O delegado Carlos Alberto Dias Gonçalves, titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil e responsável pela investigação dos crimes no bairro, afirma que a polícia tem feito o que pode para coibir a violência, como investigar rapidamente a autoria dos crimes.
- Mas a Nova Santa Marta é, historicamente, uma área de exclusão social e um campo para a criminalidade. A violência é uma questão que se tornou cultural. Muitos homicídios têm origem em retaliação de caráter pessoal e no conflito entre facções de forças adversárias que transforma qualquer banalidade em motivo para matar - afirma o delegado.